O Embrião do Rock da Mortalha começou em 1968 no bairro do Ipiranga em São Paulo, através da dupla Orlando Lui (Baixo e Vocal) e Marcos Baccas (Guitarra e Vocal) e chamavam-se “Os Bizimbetas”.
Em 1969 mudaram o nome para “Missa Negra”, em paralelo a dupla fazia participações nos grupos de baile.
Em 1969 tocaram com “Os Jades”, em 1970 com o “Apollo 5” e com “Os Beatmans”, no final de 1970 e início de 1971 com os “Slaves Of Drug” e com “Os Belsons”, em 1972 com “Os Flippers” e com “Os Sifu’s”, o último conjunto de baile com quem tocaram.
Em 1969 mudaram o nome para “Missa Negra”, em paralelo a dupla fazia participações nos grupos de baile.
Em 1969 tocaram com “Os Jades”, em 1970 com o “Apollo 5” e com “Os Beatmans”, no final de 1970 e início de 1971 com os “Slaves Of Drug” e com “Os Belsons”, em 1972 com “Os Flippers” e com “Os Sifu’s”, o último conjunto de baile com quem tocaram.
Em Setembro de 72 Orlando (Landinho) contraiu hepatite e ficou recluso por três meses. Fora visitado diariamente por Marcos e ambos começaram a compor repertório próprio, marcado por um “Hard Rock” cantado em português.
No verão de 1973, Orlando, inspirado em gibis de terror e com uma queda para o mundo místico, sugere o nome da lenda: “Rock da Mortalha”.
Com a adesão do baterista Julinho, surge o trio tupiniquim com o Rock mais pesado da época. Passaram a usar vestes negras, capas de morcego, tarjas e botas de soldado. No repertório os temas eram a eterna luta do “Bem” contra o “Mal”, reencarnação, a busca do conhecimento transcendental e magia.
Em Janeiro de 1975 participam do I Festival de Águas Claras em Iacanga - Bauru - SP, encerraram a noite com uma performance que eletrizou seu primeiro grande público. Nessa noite uma galera argentina registrou-os em fita cassete, foram vistos como o “Black Sabbath Tupiniquim”. Um ledo engano e confortante exagero, pois buscavam uma identidade própria, eram originais e muito diferentes das bandas de Rock Paulista da época.
A partir de então, o nome Rock da Mortalha começa a ecoar pelos quatro cantos o país. Onde tocavam faziam estremecer a cena “Underground” da época. Numa época em que não se cogitava o Black Metal eles já faziam um show com performances macabras. Na abertura dos shows, Orlando escondia a face sob a luz negra e portando um crânio humano iniciava um ritual macabro. Monologava sobre nosso cotidiano infernal enquanto o som tétrico e as nuvens movediças de gelo seco envolviam Lola, um Dantesco bailarino performático. Em seguida, Marcos arrancava “riffs” poderosos da partitura da Morte e o público era abençoado pelo “anjo” do Rock’n’Roll.
No ano de 1977 chegaram a gravar em 4 canais no Estúdio da Pirata, do Aurino (irmão de Eduardo Araújo), mas este trabalho nunca foi lançado. Receberam convites sinistros de empresários e seitas satânicas. Nessa época foram rotulados de fazer um “Rock Putrefato Pesadíssimo”. Houveram fãs e seguidores que se vestiam à caráter, um deles chegou a levar um caixão em um dos concertos. Participaram de programas de TV, vários festivais, tocaram e inúmeros teatros, clubes, salões de bailes e em muitas “bocadas”.
No ano seguinte (1978) a banda chega ao auge, mas numa reviravolta troca de músicos, muda de visual e termina em 16 de Abril de 1978. Mudando o nome para “Xock”, Orlando e Marcos persistem, e na minha opinião, criam o melhor som da banda: Dr. Fausto.
Ao começar a década de 80, depois de alguns contratempos e desentendimentos, mudam de nome para “Crisálida”, mas ai começa outra longa história...
Infelizmente, Marcos e Orlando faleceram há pouco tempo. Seu primeiro baterista, o Julinho, perambula por ai (dizem que é um morador de rua na Vila Liviero), como um fantasma bêbado atormentado pela própria lenda. Lola, o dançarino performático, está em Campinas, vive com na casa com os pais, lá ele é conhecido como Lótus Rock.
Última formação em 1979: Orlando Lui (Baixo e Vocal), Marcos Baccas (Guitarra e Vocal), Marco Carvalhanas (Bateria), Participação Especial de Lola (Dançarino).
(Extraído do texto de Raymundo Raine publicado no sítio:
"A BARATA" em memória de Orlando Lui (Landinho), falecido em 23 de Dezembro de 2003. Adaptado e atualizado por Ricardo Macedo)
No verão de 1973, Orlando, inspirado em gibis de terror e com uma queda para o mundo místico, sugere o nome da lenda: “Rock da Mortalha”.
Com a adesão do baterista Julinho, surge o trio tupiniquim com o Rock mais pesado da época. Passaram a usar vestes negras, capas de morcego, tarjas e botas de soldado. No repertório os temas eram a eterna luta do “Bem” contra o “Mal”, reencarnação, a busca do conhecimento transcendental e magia.
Em Janeiro de 1975 participam do I Festival de Águas Claras em Iacanga - Bauru - SP, encerraram a noite com uma performance que eletrizou seu primeiro grande público. Nessa noite uma galera argentina registrou-os em fita cassete, foram vistos como o “Black Sabbath Tupiniquim”. Um ledo engano e confortante exagero, pois buscavam uma identidade própria, eram originais e muito diferentes das bandas de Rock Paulista da época.
A partir de então, o nome Rock da Mortalha começa a ecoar pelos quatro cantos o país. Onde tocavam faziam estremecer a cena “Underground” da época. Numa época em que não se cogitava o Black Metal eles já faziam um show com performances macabras. Na abertura dos shows, Orlando escondia a face sob a luz negra e portando um crânio humano iniciava um ritual macabro. Monologava sobre nosso cotidiano infernal enquanto o som tétrico e as nuvens movediças de gelo seco envolviam Lola, um Dantesco bailarino performático. Em seguida, Marcos arrancava “riffs” poderosos da partitura da Morte e o público era abençoado pelo “anjo” do Rock’n’Roll.
No ano de 1977 chegaram a gravar em 4 canais no Estúdio da Pirata, do Aurino (irmão de Eduardo Araújo), mas este trabalho nunca foi lançado. Receberam convites sinistros de empresários e seitas satânicas. Nessa época foram rotulados de fazer um “Rock Putrefato Pesadíssimo”. Houveram fãs e seguidores que se vestiam à caráter, um deles chegou a levar um caixão em um dos concertos. Participaram de programas de TV, vários festivais, tocaram e inúmeros teatros, clubes, salões de bailes e em muitas “bocadas”.
No ano seguinte (1978) a banda chega ao auge, mas numa reviravolta troca de músicos, muda de visual e termina em 16 de Abril de 1978. Mudando o nome para “Xock”, Orlando e Marcos persistem, e na minha opinião, criam o melhor som da banda: Dr. Fausto.
Ao começar a década de 80, depois de alguns contratempos e desentendimentos, mudam de nome para “Crisálida”, mas ai começa outra longa história...
Infelizmente, Marcos e Orlando faleceram há pouco tempo. Seu primeiro baterista, o Julinho, perambula por ai (dizem que é um morador de rua na Vila Liviero), como um fantasma bêbado atormentado pela própria lenda. Lola, o dançarino performático, está em Campinas, vive com na casa com os pais, lá ele é conhecido como Lótus Rock.
Última formação em 1979: Orlando Lui (Baixo e Vocal), Marcos Baccas (Guitarra e Vocal), Marco Carvalhanas (Bateria), Participação Especial de Lola (Dançarino).
(Extraído do texto de Raymundo Raine publicado no sítio:
"A BARATA" em memória de Orlando Lui (Landinho), falecido em 23 de Dezembro de 2003. Adaptado e atualizado por Ricardo Macedo)
Esta gravação é somente uma homenagem a esta Revolucionária banda que estava muito além do seu tempo, a qualidade não é o mais importante e sim o registro histórico deste material, é um ensaio gravado sem grandes recursos.
Contém as musicas:
1. Esquisofrenex
2. O que aconteceu
3. Seja Aqui no céu, onde for
4. Satânico estripador
5. Mundo velho
6. Agonia e dor
Contém as musicas:
1. Esquisofrenex
2. O que aconteceu
3. Seja Aqui no céu, onde for
4. Satânico estripador
5. Mundo velho
6. Agonia e dor
12 comentários:
Po muito legal, banda certa na época errada!
RICARDO, SOU DA ÉPOCA DO VINIL E ESTOU PAGANDO UM SAPO PRA ENTENDER COMP. MAS FUÇANDO, ACHEI SEU BLOG FALANDO DO MORTALHA, NA ÉPOCA, AQUI EM S. BERNARDO EU TINHA UM POWER TRIO, A PAPOULA, E UMA VEZ NÓS ABRIMOS PRO MORTALHA NO SBEROC EM S. CAETANO, E UMA SEMANA ANTES ENSAIAMOS NA APARELHAGEM DELES NA CASA DO ORLANDO, COMO NÓS NÃO TINHAMOS APARELHOS PRA ENSAIAR A GENTE RODAVA OS ENSAIOS DE MUITAS BANDAS NO ABC PRA DAR UMA CANJA E ENSAIAR AO MESMO TEMPO, E DE TUDO QUANTO FOI GARAGEM QUE A GENTE PASSOU SEM DUVIDA A MELHOR BANDA A MAIS APLICADA NOS ENSAIOS A MAIS PREOCUPADA COM A QUALIDADE E ETC ERA O ROCK DA MORTALHA,TANTO É QUE EM 75 EM IACANGA(AGUAS CLARAS) ENCONTRAMOS O ORLANDO NA CACHOEIRA E DEPOIS ELES TOCARAM NESTA MESMA NOITE, MUITO FODA O SOM DOS CARAS, E COMO EU CHEGUEI ATRASADO NESTA PARADA NÃO CONSEGUI BAIXAR O CD DELES POIS EXPIROU, SE VC REPOSTAR POR FAVOR ME DA UM TOQUE, MEU ORKUT É SERGIO BATERA SBC, OBRIGADO E UM ABRAÇO!!!!!!!!
Poxa cara, você poderia repostar esse disco? Fiquei na fissura e o link expirou...
Pois é
Eu tambem me engajei no time do Mortalha,e com eles abrimos o Sberoc, ja com o nome de Xock
Realmente uma puta banda, e se não me engano, a fita usada para o cd fui eu que gravei com um gravador k7 cd-1666 da gradiente,mas se essa fita não foi a minha, então tem mais coisa correndo
Eu me lembro que tive muitas dificuldades para gravar, pois os amp variavam de volume, e eu tinha que regular na mão
Mas , é isso ai, igual ao mortalha, IV Reich e outros nuca mais
Eu sou o LUIS CARLOS
Ricardo, sou fundador do SBEROC e muitas coisas aconteceram ali como a prisão de 400 pessoas, o inicio da era punk no Brasil, carecas do ABC sendo o inicio para formação de varias bandas como CONDUTORE DE CADAVERES, RESTOS DE NADA, AI-5, IV REICH, tendo como assíduos freqüentadores o Clemente(banda INOCENTES), Calegari(banda 365) assim como bandas de nome como MADE IN BRAZIL, PATRULHA DO ESPAÇO, GRUPO TEIA, PORÃO 99, também as bandas OS VERMES, O CETRO, ROCK DA MORTALHA, e varias outras bandas. A inserção das musicas dos SEX PISTOLS, RAMONES, THE CLASH fortaleceu na época (1978) o inicio do movimento Punk Apos a detenção das 400 pessoas citadas a cima pela policia civil de São Paulo sendo todas encaminhadas para delegacia de São Caetano de Sul o SBEROC teve seu alvará que autorizava a entrada de menores de 18 anos casado pelo juiz da COMARCA de São Caetano sendo que apos esses fatos resolvi encerar as atividades relacionada aos bailes e shows que ocorriam no SBEROC encerando assim um ciclo da história do rock e do punk rock brasileiro. Somente apos a minha saída das atividades musicas do SBEROC foi que o Orlando (Rock da Mortalha) por um curto espaço de tempo e sem sucesso nenhum resolveu reabrir o SBEROC. Apos a minha saída fiquei por mais ou menos dois anos fazendo som no Templo do Rock no Pari.
Abraços a todos que curtiram o SBEROC nos anos de 1978 a 1980. Contatos com Luis através do e-mail: luis.carlosnunes@hotmail.com
obs.: Matérias sobre o SBEROC jornais da época Noticias Populares e Jornal da Tarde
Sou o Billy, de Sto André, tive a felicidade de frequentar o SBEROC, no final de 1978, na prisão das 400 pessoas eu não fui, pq tinha prova no dia na escola, p minha sorte, rs rs rs
Vi muito show do CETRO, e Rock da Mortalha, e um junto com MADE IN BRAZIL inclusive.
Depois que o Orlando Lui, assumiu o SBEROC, eu fui algumas vezes, e fui preso uma vez, por ser de menor, e nunca mais apareci por lá,
obs: achei uma gravação com 4 musicas, de um show no SBEROC, EM 1979, com 4 ou 5 musicas, do MORTALHA e uma do CETRO.
OIII, seja lá quem escreveu isso gostei muito de saber mais sobre o meu "antecessor" tão querido não convivi por muito tempo com meu avô pois ele morreu quando eu ainda era bem pequena e também quando eu nasci não pude ter a oportunidade de vivenciar essa loucura de era do Rock'n Roll porque ele já tinha parado de tocar e também porque estava muito doente, mais mesmo tendo passado pouco tempo com ele até hoje me lembro dos momentos felizes e engraçados que tivemos juntos como quando ele me contava história que eu ADORAVA ouvir. Quando li essa " reportagem" com a minha prima ficamos muito felizes e entusiasmadas em saber de toda essa história do nosso Avô Landinho, agora eu sei da onde vem esse meu gosto para as músicas muito lokas do Black Sabbath e etc..
BEIJOOS VOVÔ TE AMAREI PARA 100PRE!!!!
Apesar desta postagem ser antiga, somente hj a encontrei. Me recordo com muito bom humor da Banda e principalmente do Lola. Fomos companheiros de muitas noites de som pesado e cerveja. O Lola nasceu na Itália e seu nome real era Mário. Era bem maluco, mas com um coração enorme. Pena estar trabalhando fora de Campinas e não ter muito tempo para ir ao centro para me encontrar com esta figura emblemática. Perdi contato até com a filha dele. Saudades do cara.
Gilberto
Hei Billy fotos, eu sou o batera do Cetro, tem como vc me descolar a gravação do show no Sberoc em 79 ?E vc , neta do landinho,fizemos muitos shows juntos, seu avô era incrível, um sonhador !!!
Eu estava na noite que os "homens" nos levaram presos.Vieram vários caminhões da PM.Na época começava sair da cena teddy boy e entrar na cena punk.Fui roaddie de várias bandas e principalmente do Made.SBEROC É HISTÓRIA DO UNDERGROUND TUPINIQUIM, ASSIM COMO A LED SLAY E A FOFINHO.
Legal e histórico para o Rock de SP este artigo.
Conheci o Landinho na Vila Liviero, alto do Ipiranga onde eu morava.
Não me lembro se ele morava lá, mas sei que a namorada dele era de lá.
Eu era ainda criança mas ouvia frequentemente falar do Rock da Mortalha por ser uma banda de rock que estava ficando famosa na região.
Tempos depois soube de boatos da morte do Landinho e nunca mais ouvi falar do Rock da Mortalha.
Também fui detido nesta mega batida no Esberock em São Caetano do Sul.
Muitas histórias, bons tempos.
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